Uma sequência didática, "Pausa" de Moacyr Scliar

17 de junho de 2013

Durante o encontro presencial, após a leitura dos textos "Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona)", de Joaquim Dolz & Bernardo Schneuwly e, " Letramento e capacidades de leitura para a cidadania", de Roxane Rojo, meu grupo de estudo apoiou-se na leitura da crônica "Pausa", de Moacyr Scliar. A partir da leitura, elaboramos uma sequência didática, em três momentos diferentes de interação com o texto - a interação antes da leitura, durante a leitura e depois da leitura. 

Estes momentos proporcionam maior compreensão e envolvimento do leitor com o texto, sua temática, gênero, autoria e reflexão.

Escolhemos o público-alvo, que seria a partir do 9º ano do Ensino Fundamental.

O tempo a ser utilizado - aproximadamente 5 a 6 aulas.

Antes da leitura e contato com o texto
- Levantamento de hipótese semântica em relação ao título do texto "Pausa". O que pode significar pausa?
- Levantamento de expectativas que o aluno tem ao ler um texto com este título.
O que um texto com este título pode abordar?
Qual será o tema desenvolvido?
Será possível levantar a hipótese a qual gênero pertence o texto apresentado? Será uma poesia, uma crônica, um conto ....
- É importante nesse momento que o professor defina os objetivos de leitura com os alunos, levando em consideração os conhecimentos prévios discentes. O professor não pode desperdiçar essa oportunidade para ampliar as informações que possuem.

Durante a leitura

-Solicitar que os alunos realizem, individualmente, uma leitura silenciosa. Nesse momento, poderão grifar as palavras que não compreenderam, segundo o contexto ou até mesmo, palavras que desconheçam.
- Em um segundo momento, a leitura do texto poderá ser realizada compartilhada ou pelo professor, dando ênfase às hipóteses que foram levantadas e acertadas pelos alunos.
- Desenvolver a inferência - esclarecendo as palavras desconhecidas, no contexto.
- Podemos nesse momento, após a leitura, oferecer informações complementares em relação ao gênero e autoria.
- É importante que consigamos construir com os alunos, os sentidos que a crônica nos apresenta. Sabemos que um texto possui vários sentidos, o que pode ser compreendido a partir da proficiência leitora de cada um. 
- Levantar pontos para reflexão, como, por exemplo: Por que o personagem principal saia de casa todos os domingos para dormir em um hotel, sozinho? Por que era chamado por outro nome?  Quais são as possíveis leituras que podemos realizar do protagonista da crônica?


Depois da leitura
- Após a compreensão do texto, retomá-lo, oralmente.
-Podemos solicitar aos alunos que utilizem outras linguagens para contextualizar a crônica "Pausa", como por exemplo: realizar uma dramatização, elaborar uma HQ ou até mesmo uma música.
- Outra atividade interessante seria a realização de um Júri Simulado, apresentando a problemática da crônica. 
- Para finalizar, propor aos alunos uma reescrita coletiva ou uma síntese em grupo.




Descobrindo a leitura e a escrita

9 de junho de 2013



    Minhas primeiras experiências leitora e escritora aconteceram muito cedo. Lembro que aprendi a escrever bem novinha, por que tinha muita curiosidade e me sentia atraída pelas letras e pelos livros.
   Muita gente pergunta, se eu tive incentivo da família para gostar tanto de ler e posso dizer com firmeza que sim. Embora eu nunca tenha visto minha mãe ou mesmo meu pai, ler qualquer livro que hoje me interessa, cada um era, um leitor ávido a seu modo. Minha mãe, leitora voraz dos famosos romances de banca e foto novelas, tinha pilhas e pilhas deles. Meu pai, leitor e colecionador de uma série de mini livros, intitulados “Faroeste”.
   Achava um máximo vê-los lendo e queria muito aprender a ler, então, logo que entendi que só poderia saber o que tanto havia nos livros, se também soubesse ler, comecei a aprender a decifrar as tais letras.
   Minha tia me ajudou muito neste processo, com a ajuda de uma cartilha eu ia traçando meu progresso para aprender a ler. E foi aos cinco anos e meio que este processo se finalizou. Mesmo não estando em nenhuma escola ainda, sabia ler e escrever; e quando finalmente comecei a frequentar a escola, não tive tantos problemas.
   Adorava ler livros, histórias em quadrinhos, textos dos livros didáticos, enfim, tudo que me era apresentado, mas foi na 7ª série do fundamental II que esta paixão pela leitura se firmou dentro de mim. Por incentivo, agora da minha professora de português, li tantos livros quanto pude em um ano e depois disso, mantive o hábito.
    Ler e escrever sempre andaram de mãos dadas na minha vida e não foi a toa que escolhi o curso de Letras, afinal, minhas leituras e meus inúmeros diários, escritos na adolescência, foram os grandes influentes nesta escolha. Fazer um curso, onde a leitura e a escrita eram os pontos principais foi praticamente a realização de um sonho e me sinto muito realizada por isso.
   Minha paixão por ler é tão grande que quando li o depoimento de Contardo Calligaris: “Na literatura, descobri que havia alhures e que só esses alhures podiam dar algum sentido ao lugar onde, por acaso, eu tinha nascido.” senti uma emoção imensa, por que é exatamente assim que me sinto em relação à literatura. Sempre que me encontro perdida, desorientada ou até mesmo triste, consigo encontrar nos livros todo o apoio e o refúgio que necessito. Algo que pode parecer estranho aos olhos daqueles que não tem o hábito da leitura, mas que é totalmente compreensível por qualquer outro leitor.

Beijos grandes, Gilciany

As histórias da minha infância...

6 de junho de 2013


                  Lendo alguns depoimentos dos colegas sobre as primeiras experiências com a leitura aqui relatadas, percebemos que cada um teve uma motivação diferente para iniciar a sua viagem pelo mundo dos livros, espaço mágico onde cabe o universo transformado em palavras.  Interessante notar que, na maioria dos casos, o interesse pelos livros e, por conseguinte, pela leitura, se deu no seu próprio ambiente familiar, sendo  estimulado na  escola, pelos seus professores.
             Comigo não foi diferente. Não consigo dizer exatamente quando  tudo começou , afinal, essa história já tem mais de meio século, srsrsr..., mas acredito que a minha paixão por livros e leituras  tenha surgido, talvez,  antes mesmo de ser alfabetizada, ali mesmo, na minha casa, na casa  da minha infância, uma enorme casa de madeira,  avarandada que ficava em uma fazenda, no interior do Paraná. 
              O meu primeiro contato  com a leitura foi como ouvinte das histórias contadas pelo meu pai.  Homem simples do campo, nascido no interior de Minas Gerais, era um exímio contador de história  e  tinha por hábito, nos finais de semana, reunir  a família, parentes e amigos, na varanda  da casa, para contar seus  famosos “causos mineiros",   e também as  aventuras e peripécias dos personagens da literatura de cordel. Sabia de cor os nomes de todos os personagens,  e contava essas histórias  obedecendo  à  sequência  dos fatos e  ao  ritmo dos versos.
              Lembro-me de que quando comecei a frequentar a escola, eu tentava recontar  aquelas mesmas histórias  para a professora e para  meus colegas de classe, com  a mesma alegria e entusiasmo do meu pai.  Hoje eu sei que o que eu fazia  era apenas uma paráfrase, por sinal,  mal feita,  daquelas  narrativas rsrrs...
               Mais tarde, quando já cursava o Ginásio, ganhei de presente, da minha professora de Língua Portuguesa, o meu primeiro livro : Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Fiquei tão encantada com a capa do  livro que não via a hora de chegar a minha casa   para iniciar a leitura. Passei várias tardes  lendo, sentada nos degraus da escada que dava acesso à varanda da casa, numa doce  solitude  e, ao mesmo tempo,  sentindo  a   companhia agradável de todos os  personagens. Só parava  de ler quando começava escurecer ou quando meus pais me chamavam.
                Depois de Reinações de Narizinho,  vieram outros livros, outras leituras,   de revistas ,  de fotonovelas,  os clássicos da literatura brasileira e  portuguesa, além de ouvir as fascinantes novelas de rádio, cujas histórias  e personagens também povoaram  a minha imaginação  e marcaram  para sempre a minha infância e juventude.

               

VIAGENS & MAIS VIAGENS

5 de junho de 2013

 
 
Andando por esse Brasil afora, encontramos um pouco de tudo e em relação à Língua Portuguesa falada no Brasil ! Ou posso dizer, escrita no Brasil! Sem nenhum preconceito linguístico...

Vale a pena compartilhar os resultados! 

Vamos refletir?







Minhas primeiras experiências leitoras

4 de junho de 2013


Ah! Como é bom lembrar aquele tempo! Recordo do tempo que, ainda menina, aos cinco anos de idade, minha avó Dinah, a melhor avó do mundo, contava suas maravilhosas histórias. Dona Dinah, mulher forte, taurina, se dividia entre cuidar de suas plantas, de sua casa, da família, de suas leituras e escritos. Assim avó Dinah devorava com prazer abundante todas as expressões e mostrava-nos a importância da leitura e escrita, talvez inconscientemente. Foi com esta senhora que aprendi a carregar os livros, rabiscar revistas, jornais, cruzadas, caça-palavras. Com seis anos de idade, iniciei com as letras, sílabas e palavras o contato imediato com o mundo escrito. Fui matriculada no primeiro ano no Grupo Escolar, numa pequena cidade chamada Franco da Rocha. Já envolvida com o “saber letrado”, entrei na escola já sabendo muita coisa, mesmo sem ter frequentado a pré-escola. Lia e escrevia, declamava nas festas escolares, sabia ver horas e conduzia o grupo de colegas com certa liderança.
Aliada a grande vontade de escrever, não poderia deixar de mencionar a participação de meus avós paternos, da cidade de Barretos, que sempre escreviam cartas para a nossa família, mas sempre vinha uma em separado especialmente para mim. Eu lia e depois respondia, e assim a Língua passou a fazer parte do meu cotidiano, da minha necessidade de expressar meus gostos, pareceres e inquietações infantis. Na adolescência, tão logo adquiri gosto por vários gêneros, em especial: a poesia, a crônica e o artigo. Participei de algumas antologias poéticas, colaborei com textos no jornal da cidade, o “Juca Post” e a cada dia fui me aproximando mais e mais dos diversos gêneros, dos mais simples aos mais sofisticados. Prestei vestibular ainda pensando em seguir a carreira de professor ou de jurista. Passei no vestibular para os cursos de Direito e de Letras. Fiz minha opção: Letras.            

Sobre o Curso MGME 2013

3 de junho de 2013


A ação de formação continuada "Melhor Gestão, Melhor Ensino" é parte integrante do Programa “Educação – Compromisso de São Paulo” e dá continuidade às atividades de formação desenvolvidas pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, com a finalidade de aperfeiçoar a prática dos gestores e dos professores do Ensino Fundamental Anos Finais das unidades escolares, como mais uma das vertentes voltadas à melhoria da educação do Estado de São Paulo.

Esta ação é composta por cursos voltados à: formação dos formadores; formação dos gestores escolares responsáveis pelo Ensino Fundamental Anos Finais; e à formação dos professores em classes de Língua Portuguesa e de Matemática do Ensino Fundamental Anos Finais.