Minhas primeiras experiências leitora e escritora aconteceram muito
cedo. Lembro que aprendi a escrever bem novinha, por que tinha muita
curiosidade e me sentia atraída pelas letras e pelos livros.
Muita
gente pergunta, se eu tive incentivo da família para gostar tanto de
ler e posso dizer com firmeza que sim. Embora eu nunca tenha visto
minha mãe ou mesmo meu pai, ler qualquer livro que hoje me interessa,
cada um era, um leitor ávido a seu modo. Minha mãe, leitora voraz
dos famosos romances de banca e foto novelas, tinha pilhas e pilhas
deles. Meu pai, leitor e colecionador de uma série de mini livros,
intitulados “Faroeste”.
Achava um máximo vê-los lendo e queria muito aprender a ler, então,
logo que entendi que só poderia saber o que tanto havia nos livros,
se também soubesse ler, comecei a aprender a decifrar as tais
letras.
Minha
tia me ajudou muito neste processo, com a ajuda de uma cartilha eu ia
traçando meu progresso para aprender a ler. E foi aos cinco anos e
meio que este processo se finalizou. Mesmo não estando em nenhuma
escola ainda, sabia ler e escrever; e quando finalmente comecei a
frequentar a escola, não tive tantos problemas.
Adorava ler livros, histórias em quadrinhos, textos dos livros
didáticos, enfim, tudo que me era apresentado, mas foi na 7ª série
do fundamental II que esta paixão pela leitura se firmou dentro de
mim. Por incentivo, agora da minha professora de português, li
tantos livros quanto pude em um ano e depois disso, mantive o hábito.
Ler e
escrever sempre andaram de mãos dadas na minha vida e não foi a toa
que escolhi o curso de Letras, afinal, minhas leituras e meus
inúmeros diários, escritos na adolescência, foram os grandes
influentes nesta escolha. Fazer um curso, onde a leitura e a escrita
eram os pontos principais foi praticamente a realização de um sonho
e me sinto muito realizada por isso.
Minha
paixão por ler é tão grande que quando li o depoimento de Contardo
Calligaris: “Na literatura, descobri que havia alhures e que só
esses alhures podiam dar algum sentido ao lugar onde, por acaso, eu
tinha nascido.” senti uma
emoção imensa, por que é exatamente assim que me sinto em relação
à literatura. Sempre que me encontro perdida, desorientada ou até
mesmo triste, consigo encontrar nos livros todo o apoio e o refúgio
que necessito. Algo que pode parecer estranho aos olhos daqueles que
não tem o hábito da leitura, mas que é totalmente compreensível
por qualquer outro leitor.
Beijos grandes, Gilciany
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