As histórias da minha infância...

6 de junho de 2013


                  Lendo alguns depoimentos dos colegas sobre as primeiras experiências com a leitura aqui relatadas, percebemos que cada um teve uma motivação diferente para iniciar a sua viagem pelo mundo dos livros, espaço mágico onde cabe o universo transformado em palavras.  Interessante notar que, na maioria dos casos, o interesse pelos livros e, por conseguinte, pela leitura, se deu no seu próprio ambiente familiar, sendo  estimulado na  escola, pelos seus professores.
             Comigo não foi diferente. Não consigo dizer exatamente quando  tudo começou , afinal, essa história já tem mais de meio século, srsrsr..., mas acredito que a minha paixão por livros e leituras  tenha surgido, talvez,  antes mesmo de ser alfabetizada, ali mesmo, na minha casa, na casa  da minha infância, uma enorme casa de madeira,  avarandada que ficava em uma fazenda, no interior do Paraná. 
              O meu primeiro contato  com a leitura foi como ouvinte das histórias contadas pelo meu pai.  Homem simples do campo, nascido no interior de Minas Gerais, era um exímio contador de história  e  tinha por hábito, nos finais de semana, reunir  a família, parentes e amigos, na varanda  da casa, para contar seus  famosos “causos mineiros",   e também as  aventuras e peripécias dos personagens da literatura de cordel. Sabia de cor os nomes de todos os personagens,  e contava essas histórias  obedecendo  à  sequência  dos fatos e  ao  ritmo dos versos.
              Lembro-me de que quando comecei a frequentar a escola, eu tentava recontar  aquelas mesmas histórias  para a professora e para  meus colegas de classe, com  a mesma alegria e entusiasmo do meu pai.  Hoje eu sei que o que eu fazia  era apenas uma paráfrase, por sinal,  mal feita,  daquelas  narrativas rsrrs...
               Mais tarde, quando já cursava o Ginásio, ganhei de presente, da minha professora de Língua Portuguesa, o meu primeiro livro : Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Fiquei tão encantada com a capa do  livro que não via a hora de chegar a minha casa   para iniciar a leitura. Passei várias tardes  lendo, sentada nos degraus da escada que dava acesso à varanda da casa, numa doce  solitude  e, ao mesmo tempo,  sentindo  a   companhia agradável de todos os  personagens. Só parava  de ler quando começava escurecer ou quando meus pais me chamavam.
                Depois de Reinações de Narizinho,  vieram outros livros, outras leituras,   de revistas ,  de fotonovelas,  os clássicos da literatura brasileira e  portuguesa, além de ouvir as fascinantes novelas de rádio, cujas histórias  e personagens também povoaram  a minha imaginação  e marcaram  para sempre a minha infância e juventude.

               

Um comentário:

  1. Oi Luiza, tudo bem. Achei o blog de vocês muito interessante. Parabéns

    Sandra

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