Lendo alguns
depoimentos dos colegas sobre as primeiras experiências com a leitura aqui
relatadas, percebemos que cada um teve uma motivação diferente para iniciar a
sua viagem pelo mundo dos livros, espaço mágico onde cabe o universo
transformado em palavras. Interessante
notar que, na maioria dos casos, o interesse pelos livros e, por conseguinte,
pela leitura, se deu no seu próprio ambiente familiar, sendo estimulado na escola, pelos seus professores.
Comigo
não foi diferente. Não consigo dizer exatamente quando tudo começou , afinal, essa história já tem
mais de meio século, srsrsr..., mas acredito que a minha paixão por livros e
leituras tenha surgido, talvez, antes mesmo de ser alfabetizada, ali
mesmo, na minha casa, na casa da minha
infância, uma enorme casa de madeira,
avarandada que ficava em uma fazenda, no interior do Paraná.
O meu primeiro contato com a leitura foi como ouvinte das histórias
contadas pelo meu pai. Homem simples do
campo, nascido no interior de Minas Gerais, era um exímio contador de
história e tinha por hábito, nos finais de semana,
reunir a família, parentes e amigos, na
varanda da casa, para contar seus famosos “causos mineiros", e também as aventuras e peripécias dos personagens da
literatura de cordel. Sabia de cor os nomes de todos os personagens, e contava essas histórias obedecendo
à sequência dos fatos e ao ritmo dos versos.
Lembro-me de que quando comecei a frequentar a escola, eu tentava
recontar aquelas mesmas histórias para a professora e para meus colegas de classe, com a mesma alegria e entusiasmo do meu pai. Hoje eu sei que o que eu fazia era apenas uma paráfrase, por sinal, mal feita,
daquelas narrativas rsrrs...
Mais
tarde, quando já cursava o Ginásio, ganhei de presente, da minha professora de
Língua Portuguesa, o meu primeiro livro : Reinações de Narizinho, de Monteiro
Lobato. Fiquei tão encantada com a capa do livro que não via a hora de chegar a minha
casa para iniciar a leitura. Passei várias
tardes lendo, sentada nos degraus da escada que
dava acesso à varanda da casa, numa doce solitude e, ao mesmo tempo, sentindo a companhia agradável de todos os personagens. Só parava de ler quando começava escurecer ou quando meus pais me chamavam.
Depois de Reinações de Narizinho,
vieram outros livros, outras leituras,
de revistas , de fotonovelas, os clássicos da literatura brasileira e portuguesa, além de ouvir as fascinantes novelas de rádio, cujas histórias e personagens também povoaram a minha imaginação e marcaram para sempre a minha infância e juventude.
Oi Luiza, tudo bem. Achei o blog de vocês muito interessante. Parabéns
ResponderExcluirSandra